Pilonidotomia a laser de energia mínima (MELPi): um estudo multicêntrico de um novo método na doença pilonidal

Fabrício Doin Paz Oliveira  · Sonia Cristina Cordero Time  · Ana Carolina Buffara Blitzkow  · Lucas Rodrigues Boarini  · Aline Amaro Munhóz  · Ricardo Everton Dias Mont’Alverne

Resumo

A cirurgia a laser, procedimento minimamente invasivo para abordagem definitiva da doença pilonidal (DP), tem sido frequentemente estudada nos últimos anos. Este estudo tem como objetivo descrever um novo método de pilonidotomia utilizando energia mínima do laser e avaliar seus resultados iniciais. Este é um estudo multicêntrico retrospectivo. Incluímos 47 pacientes consecutivos que foram submetidos a 50 “pilonidotomias de energia mínima (MELPi)” entre 2019 e 2023 em quatro centros no Brasil. Foram analisados idade, IMC, sexo, tabagismo, diabetes, classificação de Guner, tempo de doença, energia, tempo de internação, complicações, recidiva, fechamento de feridas, dor e retorno às atividades. A idade média era 27; 61,7% eram homens e 38,3% eram mulheres. A mediana do IMC foi de 25,7. O tabagismo foi evidente em 14,9% e o diabetes em 2,1%. A duração média da doença foi de 3 anos. A maioria das operações (36%) foi realizada na doença em estágio R. A mediana do tempo de internação foi de 6 horas e a mediana do tempo de cura foi de 15 dias. A energia média utilizada nos procedimentos foi de 433J. A mediana de dor pós-operatória foi 2. A secreção ocorreu em 14% no 60º dia. Complicações (celulite) ocorreram em 4% dos casos. O tempo médio para retorno ao trabalho foi de 7 dias. O tempo médio de seguimento foi de 12 meses; a recorrência ocorreu em 5 (10%) – em 3 pacientes, um segundo procedimento MELPi foi realizado e foi eficaz. O MELPi apresenta resultados iniciais promissores: baixa dor, baixas taxas de complicações e rápido retorno às atividades. É uma boa opção em casos de recidiva e pode ser realizada mais de uma vez se necessário. 

Introdução 

A doença pilonidal (DP) foi descrita pela primeira vez em 1833 por Her-bert Mayo; no entanto, ainda não há consenso sobre o que constitui o tratamento idea. A falha e a recorrência da doença não são incomuns, e o tratamento da DP é um desafio. O tratamento da DP é basicamente cirúrgico. O método tradicional é a ampla excisão cirúrgica do seio; no entanto, está associado a um tempo de cicatrização prolongado, cosméticos desfavoráveis e recuperação retardada. Recentemente, procedimentos minimamente invasivos, como tratamento a laser e endoscópico, tornaram-se populares. Técnicas de laser como SiLaT, SiLaC, PiLaT e pilonidotomia foram estudadas recentemente com resultados encorajadores. Embora essas técnicas de laser tenham mostrado resultados encorajadores, o laser tem sido associado a algumas complicações relacionadas à energia, como queimaduras, cicatrizes e infecção. Existe uma grande variação na quantidade de energia utilizada e nas indicações dos procedimentos entre os cirurgiões, havendo necessidade de padronização de protocolos de cirurgia a laser. Este estudo teve como objetivo descrever e avaliar nossa experiência inicial de uma nova técnica minimamente invasiva de piloni-dotomia (MELPi) usando laser de energia mínima em uma série de pacientes com seios pilonidais de gravidade variada.

Conclusão

O MELPi tem as vantagens de recuperação rápida, menos dor e baixo índice de complicações. Pode ser considerado um procedimento seguro e eficaz como estratégia cirúrgica minimamente invasiva para o tratamento definitivo da doença pilonidal em casos primários e recidivantes. Mais estudos com mais pacientes e tempos de acompanhamento mais longos são necessários para investigar resultados em longo prazo.

Leia o artigo completo através do https://doi.org/10.1007/s13304-024-01848-w


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